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Impactos da Logística e do pré-sal sobre a gestão das organizações.

Neste artigo, Roberto Carlos do IBDHO/QTECK, analisa e interpreta as considerações apresentadas por empresários, representantes do governo e FIESP no “6º. Encontro sobre Logística e Transportes”  sobre atividade logística, pré-sal e, sua implicação para a gestão de curto e médio prazo das empresas, em especial no estado de São Paulo:

Fiel a nosso estilo, sei que ninguém vai dispender tempo na leitura de um artigo destes, se não vislumbrar um cunho prático aplicado a seus negócios. Assim, começo falando das oportunidades de curto e médio prazo que estes temas ensejam,

Logística, custos e multimodalidade

Vejam ao lado a comparação entre o custo logístico no Brasil e nos E.U.A em 2010, só este “gap” representa uma oportunidade de aproximadamente U$ 58 bilhões ano na produtividade do país (1).

O que interessa mais de perto as empresas brasileiras, é que gastam em média, 8,3% de sua receita líquida com transporte, estoque e armazenagem, sendo 4,4% só com o transporte (1).

Para maioria das empresas industriais e comerciais, devemos estar falando da terceira maior conta, atrás somente de materiais comprados e mão-de-obra, merecendo portanto muita atenção da gestão. Um bom caminho para iniciar-se um trabalho de otimização aqui é o estabelecimento de um processo de “benchmarking” ou de “Custo base zero” (2). Esta prática se conduzida em conjunto por embarcadores e operadares logísticos, poderá contribuir na competitividade da cadeia, evitando por exemplo que até 46% dos caminhoes rodem “batendo lata” (vazios) no estado de São Paulo, contra a média de 16 a 25% nos E.U.A e Europa (4). Alias, falando em São Paulo se por um lado assustam as informações que a velocidade média caiu de 22 para 18 km/h de 2007 para 2010 e, que os 10 eixos rodoviarios que chegam a capital poderão estar saturados até 2015 o governo do Estado de São Paulo nos brinda com o PDDT 2010 -2030 (4) plano diretor de tranportes que tras incentivos a multimodalidade e, deve ser do conhecimento de todos que pretendem fazer um planejamento estratégico sério para os proximos 5 anos.

Será a multimodalidade um sonho distante? Não. O Sr. Ricardo Araujo, diretor do “Rapidão Cometa” que tem em seu portifolio clientes como Apple, Dell, Sony, Tim e Oi, nos trouxe o depoimento de que o modal aéreo, mesmo com suas dificultades, vai ficando cada dia mais competitivo com o rodoviário para algumas cargas (celulares e medicamentos por exemplo) em função dos custos crecentes de segurança no modal rodoviário. Tambem já praticam a cabotagem com parceiros na rota Manaus – Recife (5). Ainda sobre a cabotagem, que vem aumentando em todos os portos, a receita admite que se atrapalha na liberação dos conteiner nacionais e importados mas, esta ciente disto e já trabalha para corrigir eventuais distorções (x).

Existe ainda muita dificuldade para o uso do modal ferroviário no transporte da carga geral mas, esta situação poderá mudar com o avanço do PDDT conforme já comentamos. No quadro abaixo vemos que o estado pretende lançar mão de trens expressos, e uma rede de “Plataformas logísticas” que além da consolidação,transbordo e armazenagem da carga geral, melhorara a utilização e integração com os aeroportos. Os operadores que estão investindo em predios e os futuros usuarios destes rubs tambem precisam ficar atentos, porque ha promessa de isençao na operação dos mesmos, sendo o imposto registrado no ponto seguinte (4).

Fig. 2 – Integração logística e multimodalidade no Estado de São Paulo (4).

Logística, tributos e riscos

Como é possível que uma empresa farmaceutica sediada no Rio de Janeiro Importe seu principio ativo pelo aeroporto de Brasilia (DF), desove em Anápolis (GO), transporte até sua fábrica (RJ) por caminhão para manufatura do medicamento, e depois exporte o mesmo pela mesma rota, rodando mais de 4.000 km (1)? A resposta é uma só: “Incentivos Fiscais”. Estas e outras distorções contribuem para que o Brasil, 8ª. Economia global, seja apenas o 41.o no ranking logístico do Banco mundial (4).

Se as esferas governamentais não se entendem sobre os incentivos, causando confusão eirracionalidade, sobre troca de informações elas se entendem cada vez melhor. Nossa constituição em seu artigo 37 cita que os varios niveis de governo podem trocar entre si informações de suas bases (7). Ai está um fator que tende a aumentar o risco do negócio e talvez esteja passando despercebido. Com o conhecimento eletronico, todas as informações ficam disponíveis, desde o número da carteira do motorista ao CNPJ de todos os embarcadores, passando pelos dados dos veiculos de transporte. Ou seja, nossa carga pode ficar retida pelo caminho porque venceu a carteira do motorista, o IPVA do veículo ou algum dos embarcadores tem pendencias fiscais. É o verdadeiro “Big Brodher” fiscal (7). Pior, a Receita já esta testando chips de rastreamento para a carga, é bom ficar esperto e dispor de um especialista fiscal por perto.

Fig. 3 – RFID (7).

Tambem temos dificuldades quanto a classificação fiscal; o governo, baseado em uma legislação de 1903, não concedeu até hoje uma “Classificação nacional de atividade econômica (CNAE)” específica para “Operador logístico” (3) tendo as atividades relacionadas a transporte, armazenagem e comunicação que ser classificadas entre mais de 270 descrições e códigos de sub-classe.

Estas dificuldades transformam-se em riscos para o negócio quando lembramos que a multa por carga entregue fora do destino pode chegar a 50% da operação. ATENÇÃO, da operação e não do valor do frete.

Logística e Pré-sal

O ufanismo deste assunto é de dar medo, representantes do poder público comparam o investimento necessário no pré sal ao mesmo que levou o homem a lua, estamos falando de algo perto de U$ 73 bilhões. Onde será gasta esta montanha de dinheiro?

Fig. 4 http://www.link.dequalidade.com.br

As reservas do pre-sal cobrem uma área comparada ao golfo do mexico conforme o mapa acima (8). A Petrobrás esta se preparando para fazer vários investimentos em infraestrutura logística entre os quais listam-se 4 portos e 3 aeroportos e o Promef III que considerando o aumento de produção de petróleo e gás oriundos do pré-sal e refinarias do Nordeste levará a frota da Transpetro, hoje de 52 navios, a se modernizar e crescer, chegando a 100 navios em 2014. Também é digno de nota o PROMEF Hidrovia onde o consórcio formado entre o Estaleiro paraense Rio Maguari e a Estre Petróleo venceu a licitação para a construção dos 20 comboios de empurradores e barcaças. A proposta do consórcio foi de US$ 240 milhões e prevê investimentos da ordem de US$ 25 milhões na construção de um novo estaleiro as margens da hidrovia do Tietê-Paraná, na cidade de Araçatuba. A planta terá capacidade para entrega de três comboios a cada nove meses e o corte de 800 t/mês de aço. Como podemos ver, o grosso dessa estrutra logística é dedicada.

E o impacto para os mortais não inclusos na cadeia petrolífera? Perguntado sobre como a petrobras esta analisando as necessidades de materiais na bacia de Santos e seu transporte até o destino, não vimos nenhuma preocupaçao antecipada, aparentemente confia-se que o corredor de exportação que serve ao porto de Santos e as vias Padre manoel da nobrega e Piassaguera-Guaruja deem conta do recado. Claro que haverá um impacto positivo sobre a indústria do aço, fabricantes de equipamentos e industria mecanica pesada, o que vai drenar mais ainda nossa escassa mao de obra para posições qualificadas.

Como vimos, ainda não esta claro que o pre-sal trara beneficios a logistica ou a infraestrutura do pais um todo. Precisamos ficar de olho no congresso e na alocação desta riqueza que, é de todos os brasileiros.

Este é o resumo de nossa participação no 6º Encontro de logística e transportes da FIESP, nossas análises e comentários são fundamentados nas fontes abaixo:

(1)   Paulo Fleury, Instituto ILOS (www.ilos.com.br)

(2)   Orçamento Matricial, Como obter o melhor resultado (http://www.ibdho.com.br/index.php/archives/145),

(3)   Guerra, Batista Associados (http://guerrabatista.com/portugues/index.htm)

(4)   Milton Xavier, Secretaria Estadual de Logística e Transportes do Governo do Estado de São Paulo (http://www.transportes.sp.gov.br/programas-projetos_/pddt.asp)

(5)   Ricardo Araujo, Rapidão Cometa (www.rapidaocometa.com.br )

(6)   João Hamilton Rech, Receita Federal -  COTEX (http://www.slideshare.net/FIESP/joo-hamilton-rech)

(7)   Tania Gurgel, TAF Consultoria empresarial (http://taniagurgel.com.br/?page_id=151)

(8)   Agenor Leite, Transpetro (www.transpetro.com.br )

(9)   6º. Encontro de lógistica e transportes da FIESP (http://www.fiesp.com.br/logistica/?utm_source=fiesp&utm_medium=banner&utm_campaign=encontro-logistica-transportes)

22/06/2011
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